Catalão se projeta como polo nacional das terras raras

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Catalão se projeta como polo nacional das terras raras

Catalão, reconhecida mundialmente pela produção de nióbio e rocha fosfática, dá agora um passo decisivo rumo a um novo protagonismo: tornar-se referência nacional em pesquisa e inovação no setor das terras raras — elementos químicos essenciais para indústrias de ponta, como a automotiva, a bélica e a de energia renovável.

O marco ocorreu no dia 20 de agosto, durante as comemorações dos 166 anos do município, quando o vice-governador Daniel Vilela anunciou a criação de um centro de excelência em parceria com a Universidade Federal de Catalão (UFCat). O projeto prevê investimento de R$ 15 milhões em equipamentos de última geração, inexistentes fora da capital Goiânia, e promete abrir as portas da cidade para a comunidade científica nacional e internacional.

“As terras raras têm sido motivo de discussão de geopolítica internacional e somos o estado brasileiro com maior potencial nesse minério. Com o apoio do Governo de Goiás, vamos criar esse centro de excelência em pesquisa e ciência para alavancar ainda mais a mineração”, afirmou Daniel Vilela ao lado de Velomar e de aliados.

Reservas estratégicas e oportunidades

Catalão detém a segunda maior reserva conhecida de terras raras no mundo, atrás apenas da China. Os minerais da região, classificados como “terras raras leves”, incluem cério, lantânio, neodímio e praseodímio — insumos indispensáveis para celulares, turbinas eólicas e motores elétricos.

O novo Centro de Pesquisa em Processamento Mineral (CPPMin) poderá, inclusive, analisar amostras de outros países. Uma peça mineral vinda do Peru já chegou ao município para estudo, reforçando a vocação internacional do projeto.

Aliança entre poder público e academia

O prefeito Velomar Rios reuniu-se com os professores André Carlos e Elenice Schons, da UFCat, responsáveis por liderar as pesquisas sobre o tema. Ele destacou o compromisso da gestão em apoiar a iniciativa: “Agora, vocês encontraram mais um parceiro. Vamos ajudar nesse aparato para a busca de fomento para o Centro de Excelência”, afirmou o gestor catalano..

Da extração à inovação

O professor André lembrou que a CMOC, mineradora instalada em Catalão, já pratica a verticalização da produção com o nióbio, transformando o minério em liga ferro-nióbio de alto valor agregado.

“A ambição agora é repetir o modelo com as terras raras. Queremos não só fabricar o produto, mas também vender o serviço. A visão é clara: atrair empresas interessadas em tecnologia mineral, fomentar e fortalecer a capacidade de inovação”, explicou.

Tradição que abre caminho para o futuro

Há mais de uma década, o Laboratório de Modelamento e Pesquisa em Processamento Mineral (LaMPPMin), da UFCat, é referência na América Latina, atraindo pesquisadores de países como Estados Unidos e Alemanha. Agora, com apoio governamental e investimentos previstos, Catalão se firma no cenário global como candidata a capital brasileira das terras raras.

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